A pressão das marcas na expulsão de Guimê e Cara de Sapato no BBB 23
Na próxima quinta, completa-se uma semana das expulsões de MC Guimê e de Antônio “Cara de Sapato” do BBB 23. A saída dos participantes do programa aconteceu depois do caso de assédio sexual contra a intercambista mexicana Dania Mendez durante uma festa. Com o registro das imagens, a reação na internet foi imediata e a pressão sob os patrocinadores e a Rede Globo também.
Vamos, então, falar sobre o episódio e comentar a atuação das marcas que patrocinam o BBB nesta história?
A gente começa pela seguinte expectativa:
Imagine sua empresa sendo patrocinadora oficial do Big Brother Brasil… uau, né? Afinal, gostando ou não, o reality show da Globo é uma enorme vitrine para qualquer empresa diante da alta audiência na TV aberta e na tv fechada e diante da grande repercussão do programa nas redes sociais.
Se por um lado expor a sua empresa no BBB pode trazer ganhos expressivos de exposição de marca, por outro tudo pode ir por água abaixo a depender do que acontece na casa mais vigiada do país. E foi exatamente o lado negativo que prevaleceu na festa do Líder do último dia 16 de março.
Lições para as marcas após o episódio
As cenas mostradas ao vivo e em cortes na internet são claras. Não há dúvidas de que houve assédio e importunação sexual contra a participante estrangeira. Casos assim não costumam ser tolerados pela Globo que logo toma uma atitude drástica. Entretanto, segundo veículos de comunicação, a demora no pronunciamento da Globo incomodou os patrocinadores do programa. As horas foram passando e o Mercado Livre, já no fim da tarde, quebrou o silêncio e foi o primeiro a se pronunciar sobre o caso. A postagem veio depois de as interações negativas crescerem na página da empresa e de outras marcas do programa.
O posicionamento dos patrocinadores do BBB 23
No Instagram, o marketplace fez um post se manifestando contra os episódios de assédio. “Até mesmo um aperto de mão, só deve acontecer quando há consentimento de ambas as partes. Nós, do Mercado Livre, estamos ao lado das mulheres e contra o assédio”, diz o texto sem mencionar diretamente o BBB.
Depois do Mercado Livre, outras contas que patrocinam o reality também emitiram posicionamentos públicos condenando o assédio. Foi o caso de Riachuelo, Coca Cola, Seara, Chevrolet, Zé Delivery, Nestlé, Carrefour, Tik Tok e outras.
Todas fizeram o que se esperava: firmar uma posição contrária a algo que devemos condenar socialmente. No entanto, como somente um post de repúdio não basta, seguidores seguiram pressionando por uma medida exemplar. Coube, então, aos patrocinadores uma pressão para que a Globo expulsasse os participantes ao vivo.
Voltando ao início do texto, é muito difícil prever todos os cenários de um reality. Estar no BBB 23 é, sim, uma excelente oportunidade para grandes marcas que vendem muito e que estão na rotina dos brasileiros. Porém, quando algo de errado acontece, quebrar o silêncio (como fez a Americanas), marcar posições e tomar iniciativas para que o erro não volte a acontecer são iniciativas fundamentais para a saúde e reputação de uma empresa.